Se eu nunca disse que os teus dentes
Se eu nunca disse que os teus dentes
São pérolas,
É porque são dentes.
Se eu nunca disse que os teus lábios
São corais,
É porque são lábios.
Se eu nunca disse que os teus olhos
São d'ónix, ou esmeralda, ou safira,
É porque são olhos.
Pérolas e ónix e corais são coisas,
E coisas não sublimam coisas.
Eu, se algum dia com lugares-comuns
Houvesse de louvar-te,
Decerto buscava na poesia,
Na paisagem, na música,
Imagens transcendentes
Dos olhos e dos lábios e dos dentes.
Mas crê, sinceramente crê,
Que todas as metáforas são pouco
Para dizer o que eu vejo.
E vejo olhos, lábios, dentes.
Reinaldo Ferreira Livro I, Um voo cego a nada, s.l.
4 Comments:
Este poema é qq coisa... é simples, e diz mais q um texto "enriquecido" com mil metaforas...
Já conhecia, e embora n tenha lido muito de Reinaldo Ferreira, é impossível n se ficar a gostar... :)
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11/8/05 11:50 da manhã
Adoro este poema! e conheci há uns tempos, já n sei onde! mas gostei imenso.
Beijo, linda. vou p~´o GO CRAZE (homenagem ao Brunito!) Txi adoro
12/8/05 9:16 da tarde
Também gosto bastante deste poema. É um óptimo pretexto para conhecer a obra de Reinaldo Ferreira.
:)
16/8/05 3:18 da tarde
Ainda bem k vcs conhecem e gostam deste poema =>
Acho k o k o torna tão bonito é a verdade k há em não serem necessárias metáforas para classificar ou embelezar o k nós gostamos nakeles k amamos.
Por isso, é dentro de nós k trazemos as imagens transcendentes k nenhum poema, ou música ou paisagem pode representar...
18/8/05 12:32 da tarde
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